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Título: Caracterização mineralógica e textural de granitóides da terminação intracontinental do arco magmático Rio Doce, Orógeno Araçuaí.
Autor(es): Pimenta, Marcos Geraldo Barbosa
Orientador(es): Gonçalves, Cristiane Castro
Gonçalves, Leonardo Eustáquio da Silva
Membros da banca: Gonçalves, Leonardo Eustáquio da Silva
Zanon, Marcela Lopes
Bersan, Samuel Moreira
Palavras-chave: Rochas granitóides
Microestrutura
Data do documento: 2018
Referência: PIMENTA, Marcos Geraldo Barbosa. Caracterização mineralógica e textural de granitoides da terminação intracontinental do arco magmático Rio Doce, orógeno Araçuaí. 2018. 98 f. Monografia (Graduação em Engenharia Geológica) - Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2018.
Resumo: O Orógeno Neoproterozoico Araçuaí é a porção brasileira do sistema orogênico Araçuaí-Congo Ocidental, fruto da aglutinação de massas continentais que culminaram na formação do Gondwana Ocidental. Situado entre o Cráton do São Francisco e a margem continental brasileira, possui a particularidade de ter se desenvolvido em um ambiente parcialmente confinado, circundado pelos crátons do São Francisco e Congo. Por apresentar tais características, este orógeno possui uma terminação intracontinental, na qual afloram rochas metamórficas de alto grau e rochas graníticas (englobadas em supersuites) que marcam desde seu estágio pré-colisional (de magmatismo relacionado à subducção e geração de um arco magmático, o Arco Rio Doce) até seu colapso gravitacional, pós-colisional. No presente trabalho foram estudadas, sob o ponto de vista microestrutural, envolvendo microscopia óptica e eletrônica (MEV-EDS), rochas graníticas dos estágios pré-colisional (Supersuite G1 – de idade ~ 630-570 Ma), sin-colisional (Supersuite G2 – 590-545 Ma) e pós-colisional (Supersuite G5 – 530-480 Ma), localizadas na região nordeste de seu núcleo cristalino, em sua porção intracontinental. Com o objetivo central de caracterizar a mineralogia e as microestruturas dos granitoides presentes nesta região, trabalhou-se com amostras coletadas em estudos prévios. Particularmente, buscou-se verificar qual era a composição mineralógica e o tipo de microtrama mais frequente em cada supersuite (se magmática, deformacional ou combinação de ambas), os padrões e variações microestruturais existentes, se há registro de processos de migmatização, e ainda obter uma comparação entre os litotipos estudados, e aqueles cronocorrelatos presentes em outras porções do orógeno. O estudo revelou que a Supersuite G1 na área de estudo é constituída por biotita-sienogranitos, biotita-monzogranitos, granada-biotita-granodioritos, biotita-monzogranitos, biotita-sienogranitos, cordierita-biotita-granodioritos, cordierita-anfibólio-monzogranitos e cordierita-anfibólio-biotita-tonalitos. Os aspectos microestruturais mais representativos são grãos de quartzo, plagioclásio e K-feldspatos com bordas lobadas e junções tríplices entre grãos de quartzo-feldspatos com granulação média de 0,2mm a 0,25mm. Tais feições microestruturais permitem sugerir que estes granitoides sejam classificados como migmatitos do tipo diatexito. Portanto, as rochas que compõem a Supersuite G1 na área de estudo se diferenciam em sua mineralogia e processos deformacionais daquelas do mesmo estágio evolutivo presentes em outras partes do orógeno. Vale ressaltar que provavelmente houveram duas fontes magmáticas combinadas envolvidas na geração das rochas G1 da região: uma de origem metaígnea (evidenciada pela ocorrência de hornblenda-biotita granitos) e outra de origem metasedimentar, pelítica (presença de granitoides ricos em minerais aluminosos, tais como granada e cordierita). Por sua vez, os granitoides da Supersuite G2 são constituídos por biotita-monzogranitos, biotita-sienogranitos, granada-biotita-sienogranitos, granada-biotita-monzogranitos, cordieirita-granada-biotita-granodioritos, biotita-granada-cordierita-sienogranitos e cordierita-biotita-granodioritos. As microestruturas mais proeminentes são texturas mirmequíticas nos contatos entre K- xvii feldspatos e plagioclásio, bem como a presença de grãos de quartzo com granulação de 1mm a 2,5mm. Os contatos entre grãos de quartzo e K-feldspatos são dados por bordas lobadas. Junções tríplices entre grãos de quartzo-feldspatos são menos comuns nessas rochas. Por meio das microestruturas observadas sugere-se que estes granitoides sejam classificados como migmatitos do tipo metatexitos. Os granitoides pertencentes à Supersuite G5 são formados dominantemente por anfibólio-biotita-monzogranitos, anfibólio-piroxênio-biotita-monzogranitos, granada-biotita-monzogranitos e biotita-granodioritos. Nestas rochas observa-se que os grãos de quartzo de granulação maior que 2mm apresentam bordas lobadas. São encontrados grãos de quartzo de granulação fina bordejando grãos porfiríticos de K-feldspatos. Nos grãos de plagioclásio verificaram-se maclas mecânicas e nos contatos entre grãos de plagioclásio e K-feldspatos tem-se texturas mirmequíticas. Os grãos de K-feldspatos são anédricos e possuem microfraturas. Os aspectos microestruturais mencionados para as rochas G5 sugerem que este grupo de granitoides pertencem a migmatitos do tipo leucogranito. Por fim, ressalta-se que as microtramas típicas de deformação em estado sólido são mais proeminentes nas rochas das supersuites G1 e G2, e que nas rochas G5 os processos de fluxo ígneo prevalecem em relação àqueles típicos de deformação em estado sólido. Constatou-se ainda que todas as rochas estudadas apresentam feições texturais relacionadas a processos de migmatização. Por meio das análises qualitativas e quantitativas, pode-se sugerir que as rochas G1 apresentaram grãos mais deformados que as rochas G2 e que ambas estão mais deformadas que as rochas G5, sendo que a granulação dominante nas rochas G1 e G2 é média, enquanto nas rochas G5 predomina a fração grossa. Como já esperado as amostras de borda se mostram mais deformadas que aquelas encontradas no núcleo dos plútons em todas as rochas graníticas estudadas.
URI: http://www.monografias.ufop.br/handle/35400000/876
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