Memória histórico-social da MPB.

Abstract

A presente monografia propõe uma análise da Música Popular Brasileira (MPB) como fenômeno cultural e histórico, destacando seu papel na constituição de identidades coletivas e na resistência simbólica ao regime militar instaurado no Brasil a partir de 1964. Fundamentado em revisão bibliográfica e na análise qualitativa de composições musicais produzidas entre as décadas de 1960 e 1970, o estudo examina a forma como a MPB articulou narrativas de contestação política, utilizando metáforas e construções poéticas como estratégias para burlar os mecanismos de censura e preservar a memória social do período. Autores como Sandra Pesavento, Marcos Napolitano e Marildo Nercolini subsidiam a investigação das intersecções entre cultura, política e memória, evidenciando a música como instrumento de elaboração simbólica da experiência histórica. O trabalho também problematiza as disputas ideológicas e estéticas entre a MPB e a Jovem Guarda, analisando como tais tensões refletem diferentes projetos de identidade nacional. Conclui-se que a MPB, ao desempenhar papel central na construção de uma memória histórica crítica, consolidou-se como expressão legítima das demandas sociais e políticas de seu tempo, reafirmando a relevância das manifestações culturais como fontes e objetos privilegiados da pesquisa historiográfica.