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Título: A objetificação da vítima pelo sequestro do conflito : como o sistema de direito penal brasileiro produz um Direito sem direitos.
Autor(es): Dâmaso, Lara de Siqueira
Orientador(es): Costa, André de Abreu
Membros da banca: Matos, Federico Nunes de
Araújo, Laura Vieira Silva
Costa, André de Abreu
Palavras-chave: Criminologia crítica
Criminologia cultural
Direito penal
Justiça penal
Data do documento: 2024
Referência: DÂMASO, Lara de Siqueira. A objetificação da vítima pelo sequestro do conflito : como o sistema de direito penal brasileiro produz um Direito sem direitos. 2024. 37 f. Monografia (Graduação em Direito) - Escola de Direito, Turismo e Museologia , Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2024.
Resumo: A pesquisa em questão se propõe a discutir se o modelo de sistema penal, que prioriza a ação penal pública incondicionada, um instrumento que, na mão de certas estratégias discursivas públicas, domina o conflito e a vítima e, em última análise objetifica esta última. A problemática gira em torno da questão de casos conflituosos em que, no Brasil, as vítimas têm sua autonomia ofuscada quanto ao seu papel na representação da ação penal, dando lugar à representação incondicionada pelos órgãos do sistema penal. Dessa forma, durante o trabalho de conclusão de curso, foi feita uma análise de legislações que tratam as vítimas como meras coadjuvantes de seus conflitos, e que de alguma forma, remanejam seu papel, que inicialmente seria de pessoa que necessita da proteção do sistema, para uma posição na qual são objetificadas. A proposta do projeto busca respaldo na Criminologia Cultural, que enxerga o crime como um evento social que gera repercussão, sendo traumatizante. Os objetivos alcançados estão relacionados ao levantamento bibliográfico conceitual ao redor dos temas que perpassam pela hipótese do presente trabalho. Foram realizados estudos acerca dos temas vítima, vitimização e vitimologia, solução do conflito subjacente aos crimes com vítimas, sistema de justiça penal calcado no modelo de ação penal pública incondicionada. Durante o trabalho, foi produzida uma análise acerca do sequestro do conflito por meio de mecanismos amparados pela legalidade. Parte da manutenção do sistema tem base no discurso estrutural de alguns detentores do poder de dominação legitimado pelo sistema penal, que centralizam em si o poder de discussão e debate acerca do tema, impedindo que este chegue à esfera real do conflito, com a mulher em situação de violência e seus desejos como focos principais. Nesse sentido, o papel de sujeito passivo da vítima é reafirmado por atos como a portaria n.º 2.282 de 2020.
Resumo em outra língua: The research in question proposes to discuss whether the criminal system model, which prioritizes unconditioned public criminal action, an instrument that, in the hands of certain public discursive strategies, dominates the conflict and the victim and ultimately objectify the latter. The point revolves around the issue of conflicting cases in which, in Brazil, victims have their autonomy overshadowed as to their role in the representation of criminal action, giving rise to unconditional representation by the organs of the criminal system. Thus, during the Final Paper, it was made an analysis of legislation that treat victims as mere adjuncts to their conflicts, and that somehow, remade their role, which initially would be a person who needs the protection of the system, to a position in which they are objectified. The project proposal seeks support in Cultural Criminology, which sees crime as a social event that generates repercussion, being traumatizing. The objectives achieved are related to the conceptual bibliographic survey around the themes that permeate the hypothesis of this work. Studies were conducted on the themes of victim, victimization and victimology, solution of the underlying conflict of crimes with victims, criminal justice system based on the model of unconditioned public prosecution. During the work, an analysis was produced about the kidnapping of the conflict through mechanisms supported by legality. Part of the maintenance of the system is based on the structural discourse of some holders of power of domination legitimized by the penal system, which centralize in itself the power of discussion and debate on the subject, preventing it from reaching the real sphere of conflict, with women in situations of violence and their desires as main focuses. In this sense, the role of passive subject of the victim is reaffirmed by acts such as Ordinance N° 2.282 of 2020.
URI: http://www.monografias.ufop.br/handle/35400000/6525
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