O verão da inteligência artificial : um estudo sobre ética e alcance das ferramentas computacionais na era do big data.

Abstract

No chamado “verão da inteligência artificial” o próprio imaginário coletivo vem sendo modulado a partir dos avanços das pesquisas em inteligência computacional, muitas vezes divulgada por meio de um viés ficcional e fantasioso, com pouca ou quase nenhuma conexão com a realidade. Neste aspecto, a compreensão das implicações éticas geradas pelas novas invenções se apresenta como vasto território a ser explorado. Não obstante a onipresença da conexão em rede e do turbilhão de dados digitais gerados ininterruptamente, há poucos trabalhos que visam pavimentar os caminhos para um progresso robusto da inteligência de máquina, e sua aplicação responsável. Objetiva-se, portanto, levantar questões concernentes aos desafios éticos ligados ao Big Data e, em especial, aos sistemas de Inteligência Artificial (IA). Para isto, como aporte teórico, foram utilizadas algumas reflexões do Filósofo italiano e professor da universidade de Oxford, Luciano Floridi, que tratam sobretudo da identificação e classificação dos riscos envolvidos na produção, utilização e distribuição das ferramentas de IA. Devido à diversidade de abordagens técnicas, nem sempre é possível enquadrá-los em uma categoria específica. Portanto, o presente estudo busca lançar luz sobre algumas dessas questões, de forma a se constituir em um guia introdutório para os estudos de governança digital, com vistas a garantir um progresso eticamente responsável da pesquisa e aplicação da Inteligência Artificial, bem como suas imensas implicações para o futuro da humanidade.