Microflotação de espodumênio com a utilização de ácidos graxos.

Abstract

O lítio tem se destacado globalmente devido às suas propriedades eletroquímicas, baixo peso e elevada capacidade energética, características que o tornam fundamental para o avanço de novas tecnologias. Sua relevância aumenta com a crescente demanda por baterias de alta durabilidade, utilizadas principalmente em veículos elétricos e no armazenamento de energia renovável, bem como por suas aplicações nas áreas médica, aeroespacial e nuclear. Esta pesquisa teve como objetivo avaliar o desempenho de novos coletores vegetais à base de ácidos graxos (AGEM-A3 e AGEM-B), desenvolvidos por uma empresa brasileira, em comparação ao oleato de sódio — coletor mais comumente utilizado —, visando otimizar a recuperação do espodumênio que é o mineral com maior teor de lítio na natureza. O planejamento dos experimentos de microflotação em tubo de Hallimond foram realizados com o software MiniTab® 21 através do método estatístico fatorial com três níveis de pH (7, 9 e 11) e três níveis de concentração (3, 30 e 300 mg/L), incluindo pontos centrais e réplicas em condições extremas. No total, foram realizados 28 ensaios experimentais, com tempos de condicionamento e flotação de 5 minutos, agitação de 15 rpm e aeração de 30 mL/min. Os resultados de flotabilidade (%), obtidos experimentalmente, foram utilizados como variável resposta, enquanto pH e log da concentração (Log C) foram considerados variáveis independentes. O ajuste estatístico foi conduzido no software Minitab® 21, por meio de regressão múltipla com inclusão de termos lineares, quadráticos e de interação, resultando em um modelo de segunda ordem (quadrático). Os resultados mostraram que em termos de recuperação o reagente AGEM-A3 apresentou resultados bem próximos do oleato de sódio em pH 7 (91%) e 9 (88%), comprovando o potencial do reagente. Entretanto, o reagente AGEM-B só perfomou bem em pH 7 (91%), de forma a apresentar limitações em faixas de pH mais alta.