A invenção do Brasil moderno : nação e identidade nos manifestos modernistas.

Abstract

Esta pesquisa tem como objetivo analisar o impacto dos manifestos de Mário de Andrade e Oswald de Andrade na construção de uma nova sensibilidade artística e cultural no Brasil, durante o Modernismo brasileiro. A partir de uma leitura crítica do “Prefácio Interessantíssimo”, “Manifesto da Poesia Pau-Brasil”, A escrava que não era Isaura e “Manifesto Antropófago”, investigou-se como esses textos refletiram a ruptura com as tradições artísticas europeias e propuseram uma nova identidade cultural brasileira. A metodologia adotada foi a análise comparativa entre os manifestos e as obras literárias, considerando a intersecção entre estética, crítica social e antropologia cultural. Os resultados indicaram que ambos os autores buscaram, em diferentes medidas, construir uma arte genuinamente brasileira. Mário de Andrade conciliou tradição e modernidade, valorizando o lirismo e a técnica poética, enquanto Oswald de Andrade, com sua proposta de “antropofagia cultural”, defendeu uma ruptura mais radical com as convenções artísticas e culturais, promovendo a apropriação crítica das influências estrangeiras. As análises demonstraram que essas contribuições influenciaram não apenas a literatura, mas também outras expressões artísticas brasileiras. Conclui-se que os manifestos desempenharam um papel central na redefinição da arte e da identidade cultural no Brasil, abrindo caminhos para a valorização das manifestações populares e cotidianas. Sugere-se, para trabalhos futuros, uma investigação sobre a influência do Modernismo brasileiro nas literaturas pós-modernas, conforme discutido na obra Literatura e Sociedade, de Antonio Candido. A análise dos desdobramentos do Modernismo pode proporcionar um entendimento mais profundo sobre a contínua evolução da arte e da cultura brasileiras.