Impactos da pandemia da COVID-19 nos serviços de alimentação localizados na Região dos Inconfidentes - Minas Gerais.

Abstract

A COVID-19 é causada pelo coronavírus SARS-CoV-2 e passou a ser considerada como pandemia a partir de março de 2020. Para conter a propagação da doença, rigorosas medidas de distanciamento social foram implementadas. Foram necessárias mudanças nos serviços de alimentação para se adequar ao novo cenário. Diante disso, o presente estudo teve como objetivo avaliar os efeitos da pandemia de COVID-19 no funcionamento dos serviços de alimentação. O estudo foi realizado com serviços de alimentação comercial, localizados na região dos Inconfidentes (Minas Gerais). A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista telefônica com proprietários ou gerentes desses serviços de alimentação. A primeira etapa foi realizada entre os meses de maio a agosto de 2021, coletados os dados referentes ao período anterior à pandemia (D0) e ao período de pandemia vivenciado desta etapa (D1). A segunda etapa foi realizada durante os meses de maio a julho de 2022 (D2). Os resultados evidenciados pela pesquisa mostram que a redução do horário de funcionamento ocorreu em mais estabelecimentos em D1 (56,7%) (p<0.05). O lucro teve maior redução em D1 (100%) (p<0.05). O percentual de estabelecimentos que não usavam nenhum dos canais de venda foi significativamente maior (p<0,05) em D0 (33,3%) e D2 (33,3%). Houve redução no horário de funcionamento em D1 (56 %) (p<0,05). A utilização de máscaras aumentou significativamente (p<0,001) em D1 (83,3%) e D2 (80,0%). A higienização de mãos com frequência foi relatada como uma prática em 93,3% dos estabelecimentos em D0, sendo que este percentual diminuiu significativamente (p<0,001) em D1 (60,0%) e voltou a aumentar em D2 (100%). A oferta de talheres e copos descartáveis aumentou significativamente (p<0,05) em D2 (80,0% dos estabelecimentos ofereciam). A oferta de luvas para os clientes escolherem os alimentos também aumentou (p<0,005) em D2 (20,0% estabelecimentos ofereciam). As dificuldades relacionadas à elevação do preço, atraso ou falta de matérias-primas (p<0,001), adequação do cardápio (p<0,001), estruturação do serviço de delivery (p<0,001), queda no faturamento (p<0,05) e atração de clientes (p<0,05) foram vivenciadas por maior número de estabelecimentos em D2. A crise sanitária exigiu intensificação das Medidas de Higiene e Segurança e implementação de várias medidas preventivas contra a transmissão do vírus da COVID-19 na rotina dos serviços de alimentação.