A influência dos padrões alimentares na arquitetura do sono : uma revisão sistemática.

Abstract

Introdução: O sono apresenta diversas funções na manutenção da saúde física e cognitiva, sendo influenciado por diversos fatores, entre eles a alimentação. Estudos indicam que alguns padrões alimentares podem influenciar positivamente em vários parâmetros do sono. O consumo de determinados alimentos e nutrientes, como triptofano, magnésio, melatonina, carboidratos e proteínas tem sido associado à melhora na arquitetura do sono. Este trabalho investiga a interação entre a alimentação e o sono, considerando como o consumo nutricional e a crononutrição impactam a arquitetura e a qualidade do sono, com implicações para a promoção da saúde e bem-estar. Objetivos: O presente trabalho teve como objetivo realizar uma revisão sistemática para investigar a relação dos padrões alimentares com a arquitetura do sono. Metodologia: Foram selecionados estudos nas bases de dados PubMed, Cochrane Library e LILACs. Após a seleção, foi realizada uma filtragem, seguindo critérios de inclusão e exclusão, leitura de títulos e abstratos e leitura completa de textos, e os artigos relevantes para o tema do estudo foram selecionados. Os artigos incluídos na revisão passaram por uma avaliação de qualidade pela ferramenta AMSTAR-2. Resultados: 12 estudos foram selecionados para compor a revisão. Dentre os 12 artigos, 3 abordaram padrões alimentares e sono, especificamente dieta mediterrânea e consumo de ultraprocessados, 4 artigos abordaram o consumo de macronutrientes e micronutrientes e sono, 2 deles dando ênfase em consumo de carboidratos, 1 sobre carboidratos e proteínas e 1 especificamente sobre o consumo de magnésio, 3 abordaram dietas pró-inflamatórias e sono e 2 sobre consumo de leite e produtos lácteos e sono. Observou-se que a dieta mediterrânea, o consumo equilibrado de carboidratos e proteínas, magnésio e alfa-lactoalbumina estão associados a melhorias na qualidade e arquitetura do sono, como maior duração, melhor eficiência e redução da latência. Em contrapartida, dietas pró-inflamatórias e ricas em ultraprocessados foram relacionadas à pior qualidade do sono. Conclusão: A literatura indica que o consumo de carboidratos, proteínas, magnésio e triptofano, além da adoção da dieta mediterrânea e boas práticas de higiene do sono, contribuem positivamente na arquitetura do sono. Por se tratar de um campo de pesquisa recente, são necessários estudos com amostras maiores e diferentes metodologias para estabelecer recomendações mais precisas sobre a influência da alimentação no sono.