Associação entre os sinais e sintomas sugestivos de disbiose e hiperpermeabilidade intestinal e estado nutricional de adultos e idosos usuários de polifarmácia.

Abstract

A disbiose intestinal é um distúrbio que resulta em desequilíbrio da microbiota e leva à redução de bactérias colonizadoras e comensais. Já a hiperpermeabilidade intestinal é um mecanismo que diminui a barreira intestinal e pode ser agravada pela disbiose. Sabe-se que a composição da microbiota influencia no estado nutricional, pois elas podem ser diferentes em pessoas eutróficas e portadoras de obesidade. Neste sentido, este estudo teve como objetivo investigar a associação dos sinais e sintomas sugestivos de disbiose e hiperpermeabilidade intestinal e o estado nutricional em adultos e idosos usuários de polifarmácia. Para coleta de dados foi utilizado um questionário eletrônico via Google Forms em adultos e idosos de ambos os sexos usuários de polifarmácia, o instrumento utilizado para análise dos sinais e sintomas sugestivos foi o questionário de hiperpermeabilidade intestinal desenvolvido por Lipsky (2000), a avaliação foi dividida em 2 categorias: sem prioridade (baixa/leve) e com prioridade (moderada/alta). Já para análise do estado nutricional foi utilizado o índice de massa corporal com peso e altura autorreferidos pelos participantes. Para associação do IMC e uso de medicamentos e associação do IMC e fármacos que alteram/não alteram a microbiota foi aplicado o teste de qui-quadrado pelo programa Jamovi. Participaram da pesquisa 67 voluntários, sendo que 73,1% (n=49) eram do sexo feminino e 59,75% (n=40) eram adultos. Em relação a análise do perfil nutricional, os adultos com excesso de peso (sobrepeso/obesidade) correspondiam a 67,5% (n=27) e os idosos com excesso de peso correspondiam a 66,67% (n=18) da amostra. Neste estudo não foi encontrado associação entre o IMC e sinais e sintomas sugestivos de disbiose e hiperpermeabilidade intestinal. Porém foi encontrado uma associação entre o IMC e o consumo de fármacos que alteram/não alteram a microbiota intestinal, em que os indivíduos classificados com sobrepeso/obesidade consomem mais fármacos que não alteram a microbiota intestinal. Portanto, apesar do estado nutricional influenciar nos sinais e sintomas de disbiose e permeabilidade intestinal, o que mais se destacou nesse estudo foi o consumo de polifarmácia, em que os fármacos que alteram a microbiota intestinal foram menos consumidos pelos indivíduos classificados com sobrepeso/obesidade.