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Título: Uma abordagem sobre o tratamento da leishmaniose tegumentar no Brasil.
Autor(es): Teixeira, Isadora Rodrigues Motta
Orientador(es): Ruela, André Luis Morais
Membros da banca: Ruela, André Luis Morais
Carneiro, Simone Pinto
Silva, Débora Faria
Palavras-chave: Leishmaniose tegumentar americana
Leishmaniose - tratamento
Leishmaniose - medicamentos
Data do documento: 2021
Referência: TEIXEIRA, Isadora Rodrigues Motta. Uma abordagem sobre o tratamento da leishmaniose tegumentar no Brasil. 2021. 40 f. Monografia (Graduação em Farmácia) - Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2021.
Resumo: A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) é caracterizada como uma doença infecciosa, não contagiosa, que afeta a pele e mucosas com lesões ulceradas. A transmissão da LTA ocorre por meio da picada da fêmea do mosquito vetor infectada por protozoários do gênero Leishmania. A Leishmania pode migrar pela corrente sanguínea para as mucosas nasal, oral e genital. Possui diferentes manifestações clínicas, a leishmaniose cutânea (LC), leishmaniose mucocutânea (LM), leishmaniose cutânea difusa e leishmaniose cutânea disseminada, distinguidas a partir da região, aspecto clínico, imunológico e patológico da lesão, além da fisiopatogenia da zona picada e da espécie do agente transmissor. No Brasil, os principais agentes da LTA são a L. (V.) braziliensis, L. (V.) guyanensis e L. (L.) amazonensis. O período de incubação da doença no ser humano é em média dois meses, podendo variar de duas semanas a dois anos. O aumento de focos do vetor é favorecido pelo clima chuvoso e quente, por fatores ambientais, como desmatamento e urbanização em áreas impertinentes, o que propicia a aproximação do vetor ao ser humano e consequentemente a transmissão da doença. Dessa maneira, populações da zona rural e de periferias do perímetro urbano são consideradas mais vulneráveis. A LTA apresenta baixo índice de óbitos, mas pode causar graves deformidades, afetando a autoestima e o convívio social do paciente. O objetivo deste trabalho consistiu na elaboração de uma revisão de literatura narrativa sobre o tratamento da LTA no Brasil, conduzido por buscas em bases de dados eletrônicos como, Portal Periódicos CAPES, PubMed e SciELO, buscas na página da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e dados complementares do Ministério da saúde (MS). O tratamento da doença é desafiador, uma vez que os medicamentos disponíveis apresentam significativa toxicidade, além de haver poucos fabricantes com produtos de registros ativos, o que pode ser um risco de desabastecimento. O MS preconiza para a terapêutica da LTA, os antimoniais pentavalentes (Sb5+) como primeira linha apesar de apresentarem efeitos adversos graves no sistema cardiovascular, além de disfunções renal, hepática e pancreática; anfotericina B disponibilizada na forma descoxicolato que esta associada à nefrotoxidade e toxicidade hematológica e na forma lipossomal baseada na incorporação do fármaco em formulações lipídicas direcionadas a célula alvo reduzindo os possíveis efeitos adversos e aumentando eficácia, mas possui como fator limitante o alto custo; e a pentamidina que pode desencadear diabetes insulinodependente. Ambos os fármacos citados são de administração parenteral. Já a pentoxifilina é administrada por via oral, utilizada como opção terapêutica para os casos de LM, em associação ao antimoniato. Recentemente, houve a inserção da miltefosina no Sistema Único de Saúde (SUS), um medicamento de uso oral, o que favorece a adesão ao tratamento, com eficácia semelhante e menores efeitos adversos quando comparado com o antimoniato de meglumina. Porém, não foram encontradas informações sobre registros ativos de apresentações contendo pentamidina e miltefosina no Brasil. Nota-se que, com o passar do tempo, houve pouco progresso no tratamento da LTA, uma doença negligenciada e emergente que deve ser tratada como problema de saúde pública, principalmente por afetar predominantemente populações em situação de vulnerabilidade socioeconômica.
Resumo em outra língua: American Tegumentary Leishmaniasis (ATL) is an infectious and non-contagious disease that affects the skin and mucous membranes with ulcerated lesions. The transmission of ATL occurs from the bite of the female mosquito vector infected by protozoa of the Leishmania gender. The vector mosquito is called phlebotomine, an invertebrate host infected by the protozoan when it performs blood meal on vertebrate hosts parasitized with the amastigote form. Leishmania can migrate through the bloodstream to the nasal, oral and genital mucosa. It has two main clinical manifestations, the cutaneous leishmaniasis (CL) and mucocutaneous leishmaniasis (MCL), which differ from the region of the body as well the clinical, immunological and pathological aspect of the lesion. It also differs from the pathophysiology of the sting area and the transmitting agent. The mean incubation period of the disease in humans is two months, ranging from two weeks to two years. Although ATL has a low death rate, this disease has been caused severe deformities, affecting the patient's self-esteem and social life. The emergence of outbreaks of the vector has been favored by the rainy and hot climate, by environmental factors, such as deforestation and urbanization in impertinent areas. These factors allow the vector to approach the human being and consequently the disease transmission. Then, populations from rural areas and peripheral areas, away from the urban perimeter, have been considered vulnerable. The treatment of ATL remains a challenge, since the available drugs have significant toxicity, in addition to few active manufacturers, with a risk of shortages. The Ministry of Health of Brazil has recommended the following drugs for the treatment of ATL: pentavalent antimonial (Sb+5), amphotericin B (liposomal and deoxycholate), pentamidine, all for systemic use. Pentoxifylline in association with meglumine antimoniate has been prescribed as a therapeutic option for cases of MCL. Recently, miltefosine was incorporated to Sistema Único de Saúde as an oral medication for ATL’s treatment, increasing patient compliance. Miltefosine has similar efficacy to other drugs used in ATL’s treatment, but with lower adverse effects than meglumine antimoniate. However, information was not found concerning registered drugs and available in Brazil with pentamidine and miltefosine. It is highlighted that over the last years, little progress in the treatment of ATL has been achieved. ATL remains a neglected and emerging disease that should be treated as a public health problem, mainly because it affects low-income populations.
URI: http://www.monografias.ufop.br/handle/35400000/3095
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