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http://www.monografias.ufop.br/handle/35400000/7942
Título: | A estatística do Brasil : uma análise de gênero do cenário acadêmico |
Autor(es): | Abreu, Fernanda Simões |
Orientador(es): | Moreira, Patrícia de Abreu |
Membros da banca: | Almeida, Camila Infanger Bearzoti, Eduardo |
Palavras-chave: | Desigualdade de gênero Pós-graduação em estatística Mulheres na ciência |
Data do documento: | 2024 |
Referência: | ABREU, Fernanda Simões. A estatística do Brasil: uma análise de gênero do cenário acadêmico. 2024. 34 f. Monografia (Graduação em Estatística) - Instituto de Ciências Exatas e Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2024. |
Resumo: | Historicamente, a ciência foi dominada por homens, restringindo a participação feminina em várias esferas acadêmicas. Essa desigualdade de gênero na ciência persiste até os dias atuais e pode ser verificada, por exemplo, quando observamos os pesquisadores e as pesquisadoras bolsistas de produtividade no Brasil e que recebem financiamento para suas pesquisas. Apesar de as mulheres representarem 54% dos estudantes em programas de mestrado e doutorado, elas continuam sub-representadas nos quadros docentes das universidades, em que os homens compõem 57%. Essa desigualdade é ainda mais acentuada nas áreas de STEM. A assimetria de gênero pode ser devido aos diversos obstáculos enfrentados pelas mulheres na ciência, tais como os impactos da maternidade, o assédio nas universidades e a falta de reconhecimento, fatores que dificultam a sua ascensão a posições de prestígio em instituições acadêmicas. O objetivo deste trabalho é investigar a desigualdade de gênero nos programas de pós-graduação (PPG) em Estatística no país, abrangendo desde a formação acadêmica até a composição do núcleo permanente dos PPGs. Para isso, foram analisados dados dos programas de pós-graduação, especificamente, a composição dos docentes do núcleo permanente (NP), o número de artigos publicados por esses docentes, a quantidade de orientadores que supervisionaram dissertações de mestrado e teses de doutorado, além da distribuição de titulações em ambos os níveis, ao longo de 10 anos. Também foram considerados fatores como faixa etária, região geográfica do PPG e a sua avaliação no âmbito da CAPES. No total, foram identificados nove PPG os quais ofertam 15 cursos de Estatística, sendo nove mestrados e seis doutorados, todos acadêmicos. Esses cursos estão distribuídos por todas as regiões do país, com exceção do Norte, e possuem avaliações da CAPES que variam de três a sete. Na composição do NP foram encontrados 131 homens e 48 mulheres (X-squared = 38.486, df = 1, p-value = 5.515e-10). No total, os docentes homens do NP publicaram 3.348 artigos, enquanto as docentes mulheres publicaram 718 (X-squared = 173.73, df = 1, p-value < 2.2e-16). No que diz respeito à orientação, os homens supervisionaram 770 dissertações de mestrado e teses de doutorado, enquanto as mulheres orientaram 319 (X-squared = 186.78, df = 1, p-value < 2.2e-16). Entre os orientandos, 678 eram homens e 411 eram mulheres (X-squared = 65.463, df = 1, p-value = 5.922e-16). Foi observado que essa desigualdade de gênero se acentua com o aumento da faixa etária. Embora os homens sejam maioria entre os discentes em todas as regiões, apenas o Sudeste e o Nordeste apresentaram diferenças significativas. Além do mais, a desigualdade de gênero também se torna mais evidente à medida que aumenta a avaliação dos programas pela CAPES. Assim como ocorre com a faixa etária, os homens predominam tanto entre os discentes quanto entre os docentes responsáveis por orientar dissertações de mestrado e teses de doutorado. Portanto, os resultados indicam que nos Programas de Pós-Graduação (PPGs) em Estatística no Brasil, os homens predominam tanto entre os discentes quanto entre os docentes, com sub-representação das mulheres nos Núcleos Permanentes de todos os programas. Essa disparidade evidencia a necessidade de políticas que promovam a inclusão e igualdade de oportunidades para mulheres na formação acadêmica. Instituições e agências financiadoras têm um papel fundamental na adoção de medidas específicas para combater a desigualdade de gênero na ciência, garantindo maior equidade no ambiente acadêmico. |
Resumo em outra língua: | Historically, science has been dominated by men, restricting women's participation in various academic spheres. This gender inequality in science persists to this day and can be observed, for instance, when analyzing the productivity grant-holding researchers in Brazil who receive funding for their research. Despite women representing 54% of students in master's and doctoral programs, they remain underrepresented among university faculty, where men make up 57%. This inequality is even more pronounced in STEM fields. Gender asymmetry can be attributed to a number of obstacles faced by women in science, such as the impacts of motherhood, harassment in universities, and lack of recognition, factors which makes it difficult for them to rise to prestigious positions in academic institutions. The aim of this study is to investigate gender inequality in postgraduate programs (PPGs) in Statistics in Brazil, covering aspects from academic education to the composition of permanent faculty in these programs. For this purpose, data from postgraduate programs were analyzed, specifically the composition of permanent faculty, the number of articles published by these faculty members, the number of supervisors who oversaw master's dissertations and doctoral theses, and the distribution of degrees at both levels over the past 10 years. Factors such as age group, the geographical region of the PPG, and the program's evaluation by CAPES were also considered. In total, nine postgraduate programs offering 15 Statistics courses were identified, including nine master's and six doctoral programs, all academic. These courses are distributed across all regions of the country except the North and have CAPES evaluations ranging from three to seven. In the composition of the permanent faculty , 131 men and 48 women were identified (X-squared = 38.486, df = 1, p-value = 5.515e-10). In total, male faculty members published 3,348 articles, while female faculty members published 718 (X-squared = 173.73, df = 1, p-value < 2.2e-16). Regarding supervision, men oversaw 770 master's dissertations and doctoral theses, while women supervised 319 (X-squared = 186.78, df = 1, p-value < 2.2e-16). Among the supervisees, 678 were men and 411 were women (X-squared = 65.463, df = 1, p-value = 5.922e-16). It was observed that this gender inequality increases with age. While men are the majority among students in all regions, significant differences were found only in the Southeast and Northeast. Furthermore, gender inequality also becomes more evident as the CAPES evaluation of the programs increases. Similar to the trend observed with age groups, men predominate both among students and among faculty responsible for supervising master's dissertations and doctoral theses. Therefore, the results indicate that in postgraduate programs (PPGs) in Statistics in Brazil, men predominate among both students and faculty, with women being underrepresented in the Permanent Faculty of all programs. This disparity highlights the need for policies that promote inclusion and equal opportunities for women in academic training. Institutions and funding agencies play a crucial role in adopting specific measures to combat gender inequality in science, ensuring greater equity in the academic environment. |
URI: | http://www.monografias.ufop.br/handle/35400000/7942 |
Aparece nas coleções: | Estatística |
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