Fatores associados ao controle da hipertensão arterial sistêmica em usuários da atenção primária à saúde de Ouro Preto-MG (HipertenSUS).

Abstract

Introdução: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma das principais condições de saúde que afetam o Brasil e a população mundial, sendo um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares. Para um controle mais eficazdos níveis pressóricos é preciso compreender os fatores associados a essa disfunção. Objetivo: Avaliar os fatores associados ao controle da HAS em indivíduos atendidos na Atenção Primária à Saúde (APS) de Ouro Preto, Minas Gerais. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, inserido em um projeto maior intitulado "Efetividade de intervenção nutricional para controle da Hipertensão Arterial Sistêmica na Atenção Primária à Saúde" (HipertenSUS). Para este estudo foram utilizados dados da linha de base do HipertenSUS. Para a classificação da variável desfecho do estudo, a HAS não controlada foi caracterizada por valores de pressão arterial sistólica (PAS) maiores ou iguais a 140 mmHg, ou os valores de pressão arterial diastólica (PAD) maiores ou iguais a 90 mmHg. Para as variáveis explicativas, foram analisadas informações abrangendo variáveis socioeconômicas, fatores individuais e condições de saúde. Esses dados foram obtidos através da aplicação de um questionário estruturado por meio de entrevista face a face. Resultados: A amostra do estudo foi composta por 195 indivíduos usuários da Atenção Primária à Saúde do município de Ouro Preto, diagnosticados com HAS, sendo 78,97% mulheres, com média de idade de 57,4 anos e desvio padrão de 11,0. A prevalência de HAS não controlada foi observada em 43,59% da população estudada. Uma relação foi identificada entre a falta de atividade física e a falta de controle da HAS, com esse desfecho sendo mais frequente entre os participantes fisicamente inativos. Os participantes fisicamente ativos tiveram 0,54 vezes menos chances de apresentarem o descontrole da HAS do que os indivíduos inativos fisicamente (p= 0,037; IC 95%: 0,31-0,96). Conclusão: Foi observada associação direta entre a adoção da prática de atividade física com o melhor controle da HAS, sugerindo que a prática consistente de atividades desempenha um papel primordial na prevenção e manejo eficaz da HAS nesse grupo populacional.