Um ataque à subjetividade : branquitude e negros de pele clara no Brasil.

Abstract

O presente trabalho faz uma retomada bibliográfica acerca dos estudos que contornam a branquitude no Brasil, entendendo que, a partir da literatura que se inicia na segunda metade do século XX, pode-se compreender o lugar estruturante que ocupa o branco nas relações de poder e como isso influencia a construção identitária de pessoas negras de pele clara dentro da sociedade brasileira. O objetivo é analisar as nuances da branquitude, em especial o sentimento de isenção, que contribui para a exclusão da subjetividade desses sujeitos. A pesquisa, de caráter qualitativo, evidencia a complexidade das relações etnorraciais e o isolamento dos indivíduos negros de pele clara, cuja vivência não se traduz em privilégio, mas em uma forma sutil de exclusão, sustentada pela promessa não cumprida de pertencimento ao grupo branco. Conclui-se que essa posição liminar traduz o sofrimento, reforça o silenciamento identitário e fragmenta a experiência negra no Brasil. Reconhecer a especificidade dos negros de pele clara é fundamental para desestabilizar o mito da democracia racial e ampliar a luta antirracista no país.