A influência da separação materna sobre o estresse oxidativo e respostas defensivas comportamentais de ratos e ratas Wistar.

Abstract

A separação materna (SM) é um modelo pré-clínico amplamente utilizado para investigar os efeitos do estresse precoce sobre o desenvolvimento neurocomportamental e fisiológico. Este estudo avaliou os efeitos da SM durante os primeiros dias de vida sobre parâmetros biométricos, comportamento, estresse oxidativo em regiões encefálicas e metabólitos cecais em ratos e ratas Wistar na fase adulta. Os animais foram submetidos a um protocolo de SM de 3 horas diárias durante 13 dias e, posteriormente, avaliados por meio de testes comportamentais, análises bioquímicas e quantificação de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC). Os resultados revelaram alterações sexo-específicas: em fêmeas, a SM reduziu o acúmulo de tecido adiposo, promoveu comportamento semelhante à ansiedade e impulsividade, além de desencadear um aumento nos níveis de substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) no encéfalo mesmo diante de uma resposta compensatória do sistema antioxidante (aumento da atividade das enzimas Superóxido Dismutase (SOD) e Catalase (CAT)) em regiões encefálicas. Em machos, observou-se redução das enzimas SOD e CAT em regiões encefálicas, sem aumento nos marcadores de dano oxidativo, comportamento de evitação ao centro no campo aberto (CA) e aumento significativo da concentração do ácido lático cecal. Os achados indicam que a SM afeta de forma sexo-específica machos e fêmeas, com maior vulnerabilidade das fêmeas a desfechos deletérios e possível adaptação metabólica em machos, sugerindo uma relação entre os efeitos do estresse neonatal por SM no eixo intestino-cérebro, nos mecanismos de dano e defesa oxidativa, e nas respostas comportamentais relacionadas à ansiedade na fase adulta.