Esperta e bisbilhoteira : uma análise sobre a detetive amadora em O Funil do Diabo, de Júlia Lopes de Almeida.

Abstract

Publicada postumamente em 1934 pelo Jornal do Commercio, O Funil do Diabo, de Julia Lopes de Almeida, é uma novela que narra a história do roubo de um cofre em um contexto familiar. Com a inserção de elementos da literatura policial, o texto se destaca pela presença feminina disposta a investigar e resolver o crime. Este estudo analisa a questão da detetive amadora presente na obra de Júlia, dessa forma, o objetivo deste trabalho é discutir de que maneira os detetives das narrativas tradicionais se assemelham ou não às detetives femininas encontradas na novela. Para isso, foi necessário abordar conceitos elaborados por Tzvetan Todorov, Walter Benjamin, Jorge Luis Borges, Ricardo Piglia e Sandra Lúcia Reimão. Ademais, destaca-se a situação acerca da condição das mulheres no século XIX e a maneira como isso influencia a estrutura da narrativa, forçando as personagens principais a tomarem decisões baseadas na condição estabelecida por seu gênero.