Historiografia na educação básica : independência brasileira, revolução e contrarrevolução como ferramentas para um ensino crítico.

Abstract

Este estudo propõe investigar a aplicação de práticas de letramento acadêmico no ensino médio, com foco na abordagem histórica da independência do Brasil e na temática da contrarrevolução Miguelista e do exílio político liberal. A pesquisa se propõe a ampliar a compreensão sobre o ensino da independência brasileira, frequentemente centrado em narrativas tradicionais, como a figura de D. Pedro I e o "grito do Ipiranga", explorando o processo sob uma nova historiografia que define a participação de diversas regiões brasileiras (além das influências portuguesas a partir do regime miguelista e suas consequências em Portugal) no processo da Independência. As complexidades políticas e sociais agravaram decisivamente o rompimento com Portugal, onde acontecimentos como a Revolução Pernambucana de 1817, evidenciam os desafios enfrentados na luta por autonomia e a repressão às forças liberais, as quais buscavam contestar o poder centralizado. A análise da contrarrevolução e do exílio político liberal aprofunda essa discussão, destacando como as elites locais no Brasil e em Portugal buscaram preservar estruturas de poder conservadoras, mesmo em um cenário de mudança política, bem como o movimento miguelista em Portugal, por exemplo, gerou um fluxo significativo de exilados para o Brasil, cujas ideias e propostas reformistas frequentemente entraram em conflito com a realidade da monarquia brasileira e sua estrutura elitista. Desta forma, o foco é a independência sob uma ótica acadêmica recente, após a comemoração do bicentenário, retomando narrativas que estavam em menor evidência e estabelecendo diálogos entre esse letramento vindo do ambiente acadêmico com a BNCC.