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Título: Avaliação da coocorrência de medidas de proteção social e associação com a insegurança alimentar no domicílio de estudantes de escolas públicas durante a pandemia da COVID-19.
Autor(es): Guimarães, Waléria Aparecida
Orientador(es): Meireles, Adriana Lúcia
Rodrigues, Érica Costa
Membros da banca: Meireles, Adriana Lúcia
Rodrigues, Érica Costa
Mendonça, Raquel de Deus
Barbosa, Bruna Carolina Rafael
Palavras-chave: Segurança alimentar
Insegurança alimentar
Fatores de proteção
Política pública
Data do documento: 2023
Referência: GUIMARAES, Waleria Aparecida. Avaliação da coocorrência de medidas de proteção social e associação com a insegurança alimentar no domicílio de estudantes de escolas públicas durante a pandemia da COVID-19. 2023. 51 f. Monografia (Graduação em Nutrição) - Escola de Nutrição, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2023.
Resumo: Introdução: A temática da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) teve como marco principal a instituição da Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (LOSAN), em 2006, que coloca o acesso regular e permanente aos alimentos de qualidade e em quantidade suficiente como direito dos cidadãos. As políticas de proteção social surgiram com intuito de amenizar as desigualdades sociais e assegurar que as famílias em vulnerabilidade tenham acesso aos direitos sociais, contribuindo para garantia da SAN. Objetivo: Avaliar a associação entre a coocorrência de medidas de proteção social e a insegurança alimentar (IA) entre os alunos das escolas públicas dos municípios de Ouro Preto e Mariana, Minas Gerais, Brasil. Métodos: Trata-se de um estudo transversal com dados da linha de base do Estudo da Segurança Alimentar e Nutricional na Pandemia de covid-19 (ESANP), realizado com alunos do ensino infantil e fundamental, entre 6 meses e 17 anos de idade. A coleta dos dados foi realizada por meio de entrevistas telefônicas com os responsáveis pela compra e/ou preparo das refeições nos domicílios dos alunos matriculados na rede pública de ensino dos municípios avaliados, entre os meses de junho e julho. A variável desfecho foi a insegurança alimentar, avaliada por meio da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA). Como variáveis explicativas, foram avaliadas três medidas de proteção social: recebimento do Bolsa Família, recebimento do Auxílio Emergencial e acesso à cesta básica. Inicialmente, as variáveis foram analisadas de forma individual, em seguida foram agrupadas em à população que recebeu até duas medidas de proteção social e aquelas que receberam até três medidas de proteção social, na qual denominamos variáveis de coocorrência de medidas de proteção social. Para a análise estatística, foi realizado teste de Qui-quadrado de Pearson e regressão logística univariada e multivariada, ajustada por sexo, escolaridade, trabalho e trecho da rua. O nível de significância estatística adotado foi de 5%. Resultados: Foram avaliados 542 domicílios, sendo que entre os participantes a maioria era do sexo masculino (51,5%), com idade entre 39 a 83 anos (55,5%), de cor de pele autodeclarada como não branca (81,5%), casado ou em união estável (60,6%), com escolaridade superior a ensino médio completo (52,6%), não exercia trabalho remunerado (50,9%), com renda familiar mensal até dois salários-mínimos (85,3%), com queda na renda durante a pandemia da covid-19 (67,2%), tendo um impacto médio a muito grande na rotina familiar (62,7%). Os domicílios tinham acesso a água por meio da rede geral de distribuição (82,6%) e o trecho da rua era asfaltado ou pavimentado (76,0%). Em relação a variável de segurança alimentar, 82,0% foram classificados em situação de IA e 18,0% em segurança alimentar. Em relação ao recebimento de apenas uma medida de proteção social, o programa Auxílio Emergencial predominou em 63,0% dos domicílios e 19,0% dos domicílios não recebiam nenhuma medida de proteção social. A combinação do recebimento de três medidas de proteção social esteve presente em 23,0% dos domicílios. Observou-se que domicílios que recebiam duas medidas de proteção social e os que recebiam três tinham 2,70 (IC95% 1,24 – 5,87) e 3,08 (IC95% 1,52 – 6,25) vezes a chance de estar em IA respectivamente, quando comparados aos que não recebiam. Conclusão: Os achados do presente estudo indicam que o recebimento de duas ou mais medidas de proteção social está associado com maiores chances de os domicílios terem vivenciado a IA, durante a pandemia. As políticas e medidas de proteção social existentes antes e durante o período da pandemia se caracterizam por serem focalizadas, se tornando insuficientes para amenizar as desigualdades socioeconômicas e garantir a SAN a população. Diante disso, é necessário a implementação conjunta das medidas de proteção social e políticas públicas, como as políticas públicas de geração de renda, acesso à educação, apoio social e que garantam o acesso aos alimentos contribuindo para segurança alimentar no país.
Resumo em outra língua: Introduction: The theme of Food and Nutritional Security (FNS) was primarily marked by the institution of the Organic Law on Food and Nutritional Security (LOSAN) in 2006, which establishes regular and permanent access to quality and sufficient food as a right of citizens. Social protection policies emerged with the aim of mitigating social inequalities and ensuring that vulnerable families have access to social rights, contributing to FNS assurance. Objective: To assess the association between the co-occurrence of social protection measures and food insecurity (FI) among students in public schools in the municipalities of Ouro Preto and Mariana, Minas Gerais, Brazil. Methods: This is a cross-sectional study with data from the baseline of the Longitudinal Study of Food and Nutritional Security during the COVID-19 Pandemic (ESANP), conducted with students in elementary and primary education, aged 6 months to 17 years. Data collection was carried out through telephone interviews with those responsible for purchasing and/or preparing meals in the households of students enrolled in the public education system of the evaluated municipalities, between the months of June and July. The outcome variable was food insecurity, assessed through the Brazilian Scale of Food Insecurity (EBIA). As explanatory variables, three social protection measures were evaluated: receiving Bolsa Família, receiving Emergency Aid, and access to a basic food basket. Initially, the variables were analyzed individually, and then they were grouped into the population that received up to two social protection measures and those that received up to three social protection measures, which we called co-occurrence of social protection measures variables. For statistical analysis, Pearson's chi-squared test and univariate and multivariate logistic regression, adjusted for gender, education, employment, and street segment, were performed. The adopted level of statistical significance was 5%. Results: A total of 542 households were evaluated, with the majority of participants being male (51.5%), aged between 39 and 83 years (55.5%), self-identified as non-white (81.5%), married or in a stable union (60.6%), with education beyond high school completion (52.6%), not engaged in paid work (50.9%), with a monthly family income of up to two minimum wages (85.3%), experiencing a drop in income during the COVID-19 pandemic (67.2%), with a medium to very large impact on family routines (62.7%). The households had access to water through the general distribution network (82.6%), and the street segment was asphalted or paved (76.0%). Regarding the food security variable, 82.0% were classified as experiencing FI and 18.0% as food secure. In relation to the receipt of only one social protection measure, the Emergency Aid program prevailed in 63.0% of households, and 19.0% of households did not receive any social protection measures. The combination of receiving three social protection measures was present in 23.0% of households. It was observed that households receiving two social protection measures and those receiving three had 2.70 (95% CI 1.24 – 5.87) and 3.08 (95% CI 1.52 – 6.25) times the odds of experiencing FI, respectively, when compared to those who did not receive any. Conclusion: The findings of this study indicate that the receipt of two or more social protection measures is associated with a higher likelihood of households experiencing FI during the pandemic. Existing social protection policies and measures before and during the pandemic are characterized as targeted and are insufficient to mitigate socioeconomic inequalities and ensure FNS for the population. Therefore, the joint implementation of social protection measures and public policies, such as income generation policies, access to education, social support, and policies ensuring access to food, is necessary to contribute to food security in the country
URI: http://www.monografias.ufop.br/handle/35400000/6161
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