“A importância do ato de ler” : convergências entre Carolina Maria de Jesus e Paulo Freire.

Abstract

Carolina Maria de Jesus (1914 -1977) é autora do livro “quarto de despejo: diário de uma favelada” (1960). Seus escritos estão relacionados a um cotidiano dentro do contexto de milhares de brasileiros. As situações descritas em seus relatos em forma de diário abrangem a realidade dos que vivem nas favelas “a favela é o quarto de despejo. E as autoridades ignoram que tem o quarto de despejo” (jesus,2014, p.107), e dos que se encontram em situações de vivências precárias. Os resultados disso é à fome, a falta de saneamento básico, as condições de acesso à moradia e educação, por exemplo. Resultante de um problema social que esbarra nas discussões que tangem o cotidiano das mulheres, da população negra, dos trabalhadores e que se refletem na educação dos jovens e adultos. Reflexões estas também nas barreiras e na permanência escolar encontradas pelos mais pobres. O estudo foi qualitativo. As obras foram analisadas pela análise do discurso, segundo Bardin (2011), e envolvem uma análise mais ampla no universo de um determinado tema. Buscou-se as contribuições de autores como Marcus Vinícius Fonseca (2009, 2016), Nilma Lino Gomes (2002), Petronília Silva (1998, 2006), Milton Santos (1993), José Rubens Jardilino (2014), Edgar Morin (2001), Jaqueline Ventura (2001), Silvani Valentim (2018) e Ermínia Maricato (2001, 2003). tratamos aqui de questões históricas e fizemos a conexão com a trajetória de vida e a trajetória de leitura de Carolina de Jesus. quando Carolina e Freire se encontram? Um diálogo entre o pensamento de Paulo Freire e o de Carolina Maria de Jesus, mostra que há convergências entre eles como: analfabetismo com condição social brasileira; educação das classes populares; leitura e leitura de mundo e situações de opressão: marcas do cotidiano. É o que busco responder neste trabalho. São questões de extrema relevância muito atual para âmbito educacional e social.